Paulo José Cunha participa do Salipi

Os textos de telejornalismo podem ajudar os concurseiros?

Paulo José Cunha

Técnicas usadas pelos jornalistas de televisão quando escrevem seus textos podem ajudar quem é obrigado a escrever textos para concursos e vestibulares. O jornalista Paulo José Cunha, da TV Câmara (ex-TV Globo e ex-Jornal do Brasil) vai mostrar como isso é possível na palestra “Um bom texto de TV ensina a escrever”, que será ministrada às 15h desta quinta-feira, dia 14/06, no Teatro 4 de Setembro, dentro da programação do 10º Salão do Livro do Piauí, o SaliPi.

 “Percebi que a pressão do tempo é a mesma, a tensão é a mesma, a necessidade de concisão e de concentração de informação em pouco espaço é a mesma. Tanto jornalistas de televisão, que precisam escrever sob a pressão dos dead-lines (os prazos de fechamentos dos telejornais) e de forma compacta para não exceder o tempo dos telejornais, quanto os vestibulandos e concurseiros, que precisam desenvolver um texto em tempo recorde, sob pressão e tensão intensas, e dentro de limites fixos – todos precisam contar com determinadas técnicas para atingir seus objetivos”, diz o jornalista. “E as técnicas do telejornalismo são excelentes”.

 Para ele, é necessário mudar a forma como concurseiros e vestibulandos encaram o desafio da produção de textos. “De forma geral, os cursinhos ensinam uma espécie de “modelo” geral para quem quer se dar bem nas redações. Funcionou durante algum tempo. Mas essa padronização de procedimentos já não atende às atuais exigências. As bancas examinadoras estão mais preocupadas com o bom desenvolvimento das ideias, a construção correta das frases; enfim, a elaboração de um texto atraente, informativo e bem costurado. Saber que xícara se escreve com “x” e não com “ch” tem interessado bem menor do que no passado, por incrível que pareça. Claro que o desconhecimento das regras de gramática continua derrubando os candidatos despreparados. Mas conheço professores sérios e experientes que corrigem provas complexas como as do Instituto Rio Branco, que seleciona os candidatos ao Itamarati, que não estão dando tanta importância a esse aspecto. Um deles me lembrou que hoje qualquer programa de computador como o Word tem um corretor ortográfico que resolve essas coisas.

Já a concatenação das ideias, sua articulação e capacidade de sedução do texto, além do máximo de efeito informativo com o uso do mínimo de palavras (a essência das características do texto telejornalístico) não estão entre as preocupações da maioria dos professores de português dos cursinhos. E não existe programa de computador capaz de ensinar isso”.

 

 

A palestra, que também abordará questões relacionadas à produção de telejornalismo, terá a duração de 1 hora, após a qual Paulo José vai responder às perguntas dos participantes.