História do SALIPI
A história inteira começou quinze anos atrás com quatro amigos do Livro, da Leitura, da Língua e da Literatura; e uma grande ideia a ser executada: o maior evento Lítero-cultural do Piauí, a nossa Bienal do Livro! Os entraves: nenhum dinheiro no bolso, apenas alguns poucos amigos importantes, e todos vindos do interior.
Mas a proposta era boa, organizada e bem fundamentada, e ela foi “comprada” por quem realmente poderia transformá-la em realidade. Nascia ali o Salão do Livro do Piauí. E com ele, dúvidas sobre sua viabilidade e continuidade. Nesse tempo de vivência juvenil é sempre muito apoiado, porém, ainda não atingiu sua total independência econômica e estabilidade financeira.
Consagrou-se, sim, como o mais contínuo e longevo projeto cultural de nosso Estado, e cada vez mais engrandece e coloca Teresina no roteiro temático de escritores, das editoras de porte nacional e no cenário literário internacional. Nos últimos quatro anos as asas acolhedoras e protetoras da Universidade Federal do Piauí têm ajudado no sucesso das edições e profissionalizado o evento, além de contribuir consideravelmente para a diversificação na programação ofertada durante o Seminário Língua Viva e o Bate-Papo Literário; além das Exposições Artísticas e a suave presença do Núcleo de Gravura e Pesquisa do Piauí-NUGRAPPI dentro do espaço Criança Liz Medeiros; contemplando um dos pilares da educação pública superior: o conhecimento levado à comunidade extramuros, extensivo a quem dela aproximar-se por interesse e afinidades.
Apesar do sucesso de público e das gerações formadas nesse tempo, a crítica (e não é a especializada) ainda não se convenceu do quanto o SaLiPi é fundamental para a afirmação positiva e construtiva da identidade piauiense. Muito mais do que um salão de livro, ou um acontecimento de linguagem, ele é uma vitrine para a História, as Artes Visuais, a Música, a Dança, as Letras, para as mais variadas expressões criativas da cultura piauiense serem identificadas e reconhecidas pelo público além de nossas terras. Tanto que seu modelo tem ganhado força nas cidades do interior e multiplicado seu formato de compartilhamento democrático de saberes. O alento: um dia essas miudezas passarão e o que o SaLiPi plantou, permanecerá.
Sempre marcando as grandes expressões do cenário local a edição de 2017 traz o nome do historiador Odilon Nunes, homenageando-o também através de uma programação específica cujo principal objetivo é realizar um painel discursivo passando a historiografia local à limpo, atualizando-a e analisando-a construtivamente. Além do Seminário Língua Viva, os palcos Marcos Peixoto e Helly Batista trarão ao público as melhores atrações musicais e artísticas, celebrando toda a diversidade criativa e produzida por aqui.
Centenários marcantes são lembrados e comemorados nessa 15ª edição: o da exposição revolucionária de Anita Malfatti, o da Academia Piauiense de Letras, referencial e baluarte maior de nossa Literatura, e o da primeira edição da obra Zodíaco, do poeta da cidade azul, Da Costa e Silva.
Eis agora em suas mãos o conteúdo dos melhores dias dessa aventura chamada “Salão do Livro do Piauí”! Mergulhe sem medo e de cabeça, curta intensamente cada momento, desfrute de cada canto da nossa cidade cultural.
Viva a melhor e maior festa do livro!
Jasmine Ribeiro Malta